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Palavra da Vida

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A administração de dons e talentos




Todos receberam de Deus habilidades específicas independente da raça, credo e posição social. Referimo-nos a estas habilidades e aptidões através das palavras dom e talento. A palavra talento na verdade é uma medida de peso que equivale a 35kg de prata que correspondia a aproximadamente 20 anos de prestação de serviços de um soldado romano e ficou difundida pelo significado na língua portuguesa que conhecemos hoje justamente pela parábola dos talentos (Mt 25:14-30). Já a palavra dom que é traduzida como gift (presente) na versão inglesa e é proveniente do grego charisma tem como signo maior dom da graça divina e favor que alguém recebe sem qualquer mérito próprio (Strong).

No contexto bíblico pode-se concluir que recebemos de Deus “presentes” que podem ser de natureza material e também imaterial (capacidade intelectual, artística, dons espirituais e etc.). Como cristãos devemos entender ainda que estes dons e talentos devem ser utilizados para engrandecer aquele que com tais dádivas nos agraciou. Segundo o âmbito das Sagradas Escrituras ao cristão cabe empregá-los com o objetivo de edificação e desenvolvimento da igreja de Cristo (1Co 12:7).

Não é objeto desta breve reflexão, mas vale um parêntese para ressaltar que até mesmo o pecador mais contumaz também recebeu de Deus habilidades, autoridade e responsabilidades específicas, pois do Criador provém todas as coisas e ninguém pode receber qualquer coisa se do alto não for dado (Jo 3:27). Podemos exemplificar isto através do Faraó na narrativa que precede o êxodo da nação hebraica (Ex 9:16), de Nabucodonosor (Jr 25:8,9) e de todas as autoridades que são instituídas através da providência divina (Rm 13:1) como exemplo podemos citar Pôncio Pilatos e Herodes (At 4:27-28), contudo a grande maioria não recebeu a Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

No entanto como deve ser o proceder diante de tão grande favor recebido, seja ele material ou imaterial, aos que confessam a Jesus Cristo como Senhor e Salvador? Será que posso escolher não engrandecer àquele que me concedeu habilidades únicas? Será que este serviço pode ser entendido como voluntario como tanto ouvimos? Será que sendo filho de Deus, regenerado, nova criatura em Cristo tenho a opção de não servi-lo, seja dentro ou fora do local onde reunimo-nos sob a alcunha de uma placa denominacional?

Particularmente prefiro não utilizar a expressão serviço voluntário, pois traz a idéia de que é facultativa a utilização daquilo que recebi do Senhor para auxiliar o crescimento de Sua igreja. Entendo que todo aquele que foi escolhido, eleito e predestinado pelo Senhor é obrigado, em amor, a usar tudo o que tem e é para cumprir o seu chamado através da graça e capacitação cotidiana do Espírito Santo, tendo sempre em mente que a obra mais excelente que podemos fazer e que é aquela para qual o Senhor nos criou pela sua graça, amor e sabedoria infinitos.

Deve estar também claro em nosso entendimento que não há o mais ou menos importante para Cristo, pois todos somos importantes no corpo (1Co 12:12-28), apesar das nuances entre membros, a igreja de Cristo só é completa em sua diversidade para que todas as funções sejam plenamente satisfeitas. Contudo somos levados a avaliar a importância dos ministérios (ofício, serviço) segundo a ótica humana e seus valores relativizados conforme convém as circunstâncias.

Assim como o apóstolo Paulo foi escolhido e chamado a pregar o evangelho (At 9:15) também fomos chamados a realizar algum ofício na igreja de Cristo, para que haja crescimento e edificação (Ef 4:16), lembre-se todos são importantes. Contudo devemos ter em mente o próprio apóstolo Paulo quando afirmou que não deveria se gloriar de nada, pois sem Deus nada podemos fazer, e que se ele foi chamado para pregar era isto que ele deveria fazer e “ai dele se não pregasse o evangelho” (1Co 9:16).

Tenho receio de pessoas reticentes e negligentes para assumir e desenvolver qualquer tipo de serviço ou assistência na e para a igreja de Cristo, como disse dentro ou fora dos “Edifícios Sagrados”, pois temo que aquele que persiste em não colaborar para edificação daquilo que faz parte ainda não tenha passado pela regeneração, ou seja, verdadeiramente uma nova criatura em Cristo, já que na parábola dos talentos aquele que o enterrou não entrou para o gozo do seu senhor e foi lançado fora, nas trevas, onde haveria choro e ranger de dentes (Mt 25:30).

Não enterre os seus talentos, antes busque transbordar do pleno conhecimento da vontade de Deus, sempre com humildade (Rm 12:3) para cumprir aquilo pelo qual o Senhor te chamou, habilitou e continua capacitando, tendo sempre a consciência de dependência total do seu Espírito Santo para frutificar em toda boa obra e continuar crescendo no pleno conhecimento daquele que lhe criou (Cl 1:9-12).

Saudações em Cristo,

Cláudio Maranhão

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