Verdades desagradáveis e mentiras confortáveis

Verdades desagradáveis ou mentiras confortáveis, qual a sua escolha?

Jesus nunca nos prometeu que neste mundo, ao aceitar o seu chamado, todos os nossos problemas seriam resolvidos como que num passe de mágica. Não foi uma vida de benesses e facilidades que Jesus afirmou que teríamos enquanto nesta terra, ao contrário, segundo seus ensinamentos temos que perder para ganhar (Mt 16:25), morrer para viver (Rm 6:8), abrir mão das nossas vontades (Jo 6:38), escolher o caminho estreito e apertado (Mt 7:13), sofrer perseguições (Jo 15:20), passar por aflições (Jo 6:33), mas ainda assim, mesmo que surreal, mais que vencedores nEle (Rm 8:37). Como C.S.Lewis afirmou acertadamente, “Se eu fosse te recomendar uma religião para lhe fazer sentir confortável certamente não lhe recomendaria o Cristianismo”, o ser cristão cria o confronto do quem eu sou com o quem eu devo ser, contudo o padrão que deve-se buscar não é o oferecido pelo relativismo humano, mas sim o padrão absoluto apresentado por Deus em sua Palavra.

O jogo político de não desagradar a ninguém têm tomado os púlpitos, rádios, programas de TV e afins. É obvio que temos sim os remanescentes, aqueles que não dobraram os seus joelhos diante de toda esta imundície (1Re 19:18), mas sem medo de errar afirmo que hoje os vendilhões são maioria e o são porque temos uma platéia ávida por ouvi-los. Estas pessoas têm dado prioridade às fábulas, às promessas de ganho fácil, cercam-se de bajuladores interesseiros e não suportam a verdade que cria o contraste entre as trevas de Belial e a Luz do Evangelho (2Tm 4:3,4).

Aprendi a ser cortês e agradável, ao menos tenho me esforçado, mas rechaço com tudo que tenho e sou qualquer “evangelho”, por mais pomposo e luminoso que seja, se não for o Evangelho de Cristo (Gl 1:8). Embora não seja fácil, o dever daquele que é nova criatura é viver a Palavra procurando agradar em tudo a Deus mesmo que em detrimento aos homens (At 5:29). Por mais duro que pareça não devemos nos acomodar às circunstâncias para evitar o conflito, porque melhor é repreensão franca que o amor encoberto (Pv. 27:5 ARA), seja o nosso sim, sim e o nosso não, não, argumentações vãs para evitar constrangimentos são brechas que dão lugar ao maligno (Mt 5:37), muitos acham duro este discurso, mas o próprio Jesus foi abandonado por alguns discípulos porque Ele disseminou a verdade que estes não puderam suportar (Jo 6:60).

Contudo sinto a dor daqueles que reconhecem a Jesus como Senhor e Salvador, têm a Bíblia como inerrante Palavra de Deus, são verdadeiros irmãos na fé, mas estão se afastando do Caminho para buscar um atalho, estão ébrios, alucinados com o piscar das luzes, o neon, a fumaça, a busca da glória e riqueza terrena os deixou cegos e insensíveis, contudo estes amados irmãos transpassam a si mesmos (1Tm 6:10) e a conseqüência é a agonia de quem está sendo abatido aos poucos, e assim vai desfalecendo na fé, já que estão sem forças para se desvencilhar deste laço que se apresenta suntuoso aos olhos e agradável de se ouvir, mas este evangelho não produz resultados perenes.

Com o tempo a fila anda e aparecem novos incautos, pois a mentira agradável continua a fazer prosélitos com gás e disposição para conquistar o direito ao bilhete premiado que têm validade apenas para a presente era. No entanto os que se cansaram, saíram desta fila maldita machucados, escalpelados, sem leite, sem lã, só pele e osso. Que o Senhor Jesus tenha misericórdia, renove-os, fortaleça-os e, principalmente, que estes queridos continuem tementes a Deus enquanto estão nas igrejas sem placa denominacional, mas permanecem firmes na Igreja de Cristo.

Escolha a verdade e pregue-a, não faça parte do grupo ao qual Jesus se dirigiu com as seguintes palavras: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22:29 ARA).

Saudações em Cristo,

Cláudio Maranhão