Diferente do
que aconteceu na Europa, muitos dos nossos templos não precisam ser vendidos
para que os edifícios sejam transformados em boates, eles já o são. O aumento
do nível de secularização da igreja brasileira é notório e avança a cada dia.
No afã de encher os templos, como se encher o templo fosse um fim em si mesmo,
são exploradas práticas como apresentação de bandas que cantam de tudo (menos
Bíblia), stand up, teatro, jogos, atos proféticos (leia heréticos), dentre
outros, a lista é extensa, mas por ora basta. Essas práticas fomentam um
ambiente que remete claramente a locais dedicados ao prazer, anseio e contentamento
humano e, não raro, à Night Clubs. Neste contexto a Palavra de Deus, quando
muito, assume o posto de coadjuvante.
Alguns
elementos acima têm o seu valor e utilidade para entretenimento, comunhão, lazer,
ou como manifestação artística, por exemplo, apresentações musicais, teatro e balé.
Outros são pura heresia, por exemplo, atos proféticos. Não vou entrar no mérito
específico, mas com certeza não são elementos de culto público, basta ver as
instruções apostólicas para a igreja. Quando a principal preocupação é tornar o
ambiente interessante, acolhedor e aconchegante ao ponto de manter o ímpio na
igreja sem que o mesmo seja confrontado pela Verdade Divina, evidencia-se que a
capacidade da igreja de salgar e iluminar o mundo está se esvaindo.
Cada vez mais
pessoas se autodenominam cristãs, mas o reflexo desse grande volume de
conversões em forma de transformação na sociedade ainda não chegou. Como disse
Spurgeon em um dos seus sermões:
“Nos dias de hoje, é muito comum alguém tornar-se membro da Igreja. Recentemente, em nosso país, muitos se filiaram à Igreja, mas isso significa que hoje há menos enganadores que antes? Menos fraudes são cometidas? A moralidade tem aumentado? Vemos os vícios diminuir? Não, não vemos nada disso. Nossa geração é tão imoral quanto qualquer outra que nos precedeu. Existe o mesmo tanto de pecado, embora talvez hoje ele seja mais disfarçado.”
É preciso
avaliar se o que importa é realmente encher os templos de pessoas que estão
buscando contentamento, prazer e satisfação momentânea no lugar de fruto perene
através da cruz de Cristo. A liderança dessas igrejas, em grande parte, se
esqueceram que o chamado de Deus é eficaz, que todo aquele que o Pai dá ao Filho
jamais será lançado fora (Jo 6:37), que é Deus que escolhe, não o homem (Jo 15:16),
de maneira que a exposição fiel da Palavra de Deus é suficiente para que o
homem creia e receba a vida eterna (Rm 10:17), deve ser proclamada a toda a
criatura em toda a face da terra (Mc 16:15, Rm 10:14), mas quem convence e
acrescenta ao número dos salvos é o Espírito Santo de Deus (Jo 16:8), não
dependendo assim da mundanização para atrair alguém.
Quando
entendermos isso é bem provável que perderemos menos tempo com o que é
periférico para buscar o que está no cerne, deixaremos o que embaça a visão
para aceitar o que tira as escamas completamente, abriremos mão daquilo que
aprisiona para receber o que liberta eternamente, nos oporemos ao que dá falsa
sensação de segurança para anunciar o que salva e redime o pecador de uma vez
por todas.
Como verdadeiro
povo eleito de Deus, voltemo-nos a pregação da sã doutrina e proclamemos o
verdadeiro Evangelho, convictos que Deus acrescentará os salvos diariamente à
Sua igreja.
Saudações em
Cristo,
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