Precisa-se de conservadores

 

Conservadores, geralmente, são aqueles que querem conservar algo. Eles são diferentes dos progressistas que querem progredir na construção da nova humanidade, o novo homem que evolui sempre aperfeiçoando a sua condição humana.

O conservador busca conservar a verdade conforme a herança ocidental recebida. Estes defendem a moral judaico-cristã, o direito romano e a filosofia grega. O cristão entende que não há lei moral, lei civil e verdade além do que foi oferecido por Deus e revelado plenamente em Jesus Cristo através das Sagradas Escrituras.

Na verdade, nem todo conservador é cristão, mas todo cristão deveria ser um conservador, pois deveria estar interessado em conservar e viver conforme a verdade eterna dada por Deus. A conservação de uma sociedade saudável deve ser buscada, de maneira que a família tradicional é a principal instituição da sociedade. A família tradicional com sua vida simples, interessada em servir com seus dons e talentos aos seus membros e comunidade à qual pertence.

O progressismo busca a contínua transformação, o que é velho é ruim, por isso o progressista não quer conservar nada, o antigo é antiquado e deve ser desconstruído, o que foi dito e feito no passado não serve. É a busca da nova sociedade deve acontecer a partir da destruição da família tradicional, pois essa é antiga e antiquada, não serve para o novo homem que busca progredir. Essa é uma herança que pode ser atribuída nos tempos modernos ao materialismo histórico ateu (comunismo, socialismo, esquerdismo, bem-estar social, liberalismo etc.).

Os conservadores ainda são a maioria no Brasil, disso eu não tenho dúvida, ainda que sejam conservadores confusos que não entendam muito bem o que querem conservar, mas tem consigo que o que está sendo proposto há muitos anos não é bom e não deve entrar nos lares das famílias tradicionais.

Mas se os conservadores são a maioria porque então os progressistas, com todas as doutrinas advindas do materialismo histórico ateu, ocupam tanto espaço na sociedade?

O avanço do progressismo está na vitrine e não pode ser negado: Não é necessário mais casar para se ter um companheiro, para ter filhos não precisa de marido ou esposa ou constituir família, a sexualização precoce de crianças tornou-se regra (principalmente de meninas através de danças, maquiagens, esmaltes e roupas que expõe os seus corpos fazendo-as parecer prostitutas mirins), abuso de bebidas alcóolicas e drogas cada vez acontecem mais cedo e com maior naturalidade, não há respeito pelos mais velhos, os meninos são frouxos, preguiçosos, e nunca assumem responsabilidades na vida, o feio tornou-se bonito e a verdade não existe, afinal tudo é relativo.

Os progressistas são minoria, mas tem obtido maior êxito porque desde 1960 eles estão formando um grande exército através das músicas, livros, cinema, teatro e arte em geral. Os progressistas utilizam ainda a estrutura estatal e suas instituições desde as creches municipais até o mais alto escalão da república federativa, trabalhando incansavelmente para fazer discípulos e iniciar neófitos em suas doutrinas.

Os conservadores devem sim reivindicar que suas crenças e costumes sejam respeitados e conservados, mas sobretudo devem ter o seu pensamento disseminado à exaustão nas escolas municipais, estaduais e federais, nos livros, nas músicas, no teatro, no cinema, em casa, nas igrejas, nas associações comunitárias e por onde quer que Deus nos leve para proclamar que há uma verdade e que ela será conservada por Ele mesmo. Isso deve acontecer naturalmente através de famílias com vidas simples que servem ao próximo e à sociedade com seus dons e talentos.

Aos cristãos pesa-lhes sobretudo a urgência de proclamar o evangelho, pois esse mundo e tempo não serão redimidos como muitos almejam, a salvação se dá através do arrependimento e fé em Jesus Cristo, a Verdade de Deus, que veio e breve voltará para conservar os seus por toda a eternidade.

 

Saudações em Cristo,

 

Pr. Cláudio Maranhão

 

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Quando o Deus que se revela, não se revela (My Sweet Lord)

Deus se revela a Moisés (Êxodo 3)

O homem não vive sem religião ou sem Deus, mesmo que sua religião não seja a que o religa de forma legítima ao Criador, ou que o seu deus seja o dinheiro, a filosofia, a ciência, o trabalho, a natureza, lugares específicos, times de futebol, gurus, personalidades e personagens ao longo da história que não passaram de simples homens ou até mesmo ídolos de madeira, gesso, barro, além de muitas outras formas e manifestações.

Se formos avaliar todas as religiões criadas pelo homem e todo o seu panteão de deuses, sem se esquecer dos que o são porque tomaram o lugar do Soberano no coração dos pagãos, a lista é vasta, pois a criatividade do homem não tem limite, mas a realidade é uma só:

A percepção do homem de que há um Deus e que este deve ser reverenciado e adorado é evidenciado na história da humanidade em qualquer que seja a época.

A humanidade é inclinada à adoração e religião, isso não vem do homem por si, mas de Deus que infunde na sua criação a semente da religião e o senso de divindade. Isso não quer dizer que todos usarão estas sementes dadas pelo criador para buscá-lo verdadeiramente, pois isso depende de que o próprio Deus se revele. O que vemos na verdade é que Deus o fez para que ninguém pudesse apelar à inocência de Seu juízo por causa da ignorância, como Paulo cita em sua carta aos Romanos:

“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.” Romanos 1:20-21 ARA

Um bom exemplo que temos disso é a música My Sweet Lord de George Harrison. George faz um apelo nesta música a Deus, pois ele precisa vê-lo, encontrá-lo, estar com ele, mas o Deus Criador e Soberano, o Único digno de adoração, não pode ser encontrado se Ele não se revelar a George, assim como a toda a humanidade perdida. Estes andam no escuro, buscando, tateando, mas sem nada encontrar.

O grande guitarrista, compositor e ex-beatle parece não ter tido sua sede de Deus respondida, ele continuou cantando esta bonita canção até o fim de seus dias, mas a sede que o Senhor colocou no seu coração não poderia ser saciada por vishnu, brahma, shiva, krishna e etc., os deuses hindus não podem revelar o Eterno. O único que pode revelar a Deus é o seu unigênito, Jesus Cristo, Senhor e Salvador de todos os que nele creem.

Saudações em Cristo,

Cláudio Maranhão

A importância dos símbolos de fé

Por que precisamos de um padrão confessional?

Será que a Bíblia, as Sagradas Escrituras, não deveriam ser o único padrão confessional para os filhos de Deus?

Muitas pessoas afirmam que tem como único padrão de fé a Bíblia, afirmam isso com piedade e com convicção, todavia estão convictamente equivocadas. Todas as igrejas são de fato confessionais, é verdade que no nosso contexto a grande maioria não tem um símbolo de fé escrito, mas há sempre um conjunto de crenças, doutrinas e costumes que são ensinados para a igreja.

Muitas seitas afirmam que sua única regra de fé e prática são as Escrituras podemos citar as Testemunhas de Jeová, os Mórmons e também os Neo-Pentecostais, contudo a prática nos mostra que a interpretação que estes fazem da Bíblia é particular e baseada em ensinamentos de homens que se opõe à sã doutrina que encontramos na Palavra de Deus segundo a cosmovisão e perspectiva reformada.

Temos ainda que tomar o cuidado de não colocar as confissões de fé em posição que não lhes são pertinentes, elas devem estar subordinadas à Escritura, pois somente esta é inspirada por Deus. O que os símbolos de fé fazem é ajustar o nosso foco e estabelecer de maneira segura os limites da nossa interpretação da Palavra de Deus.

A Confissão de Fé de Westminster, por exemplo, é considerada uma das melhores e mais equilibradas exposições de fé reformada já escrita. Ela foi elaborada durante seis anos por homens cultos e piedosos no século 17, ela é um pequeno manual de teologia bíblica e aborda os temas mais importantes da teologia e fé cristã. Nela encontramos capítulos sobre:

- a autoridade das Escrituras

- soberania de Deus e a eleição

- o conceito do pacto

- a integração da doutrina com a vida cristã

- a relação entre lei e evangelho

- a importância da igreja e dos sacramentos

- o sistema de governo

- o relacionamento entre o reino de Deus e o mundo

Que após a leitura deste breve e simples artigo possamos ser encorajados pelo Senhor a estudar mais os nossos símbolos de fé e também a ensiná-los à nossas igrejas, pois isso é bom para nós espiritualmente e essencial para nossa identidade presbiteriana confessional.

Artigo sobre a Confissão de Fé de Westminster:

http://www.mackenzie.br/7060.html

http://www.mackenzie.br/10992.html

Símbolos de Fé (Confissão e Catecismos de Westminster)

http://www.ipb.org.br/ipb/doutrina

Saudações em Cristo,

Cláudio Maranhão

John Stott - Adoração, Revelação e Pregação

O homem que agrada a Deus

Texto Base: Gn 4:1-16

  

1. Introdução:

Para entendermos o Novo Testamento, precisamos entender o Antigo testamento. Se não entendermos de forma clara os princípios da criação, queda e promessa de redenção nossa pregação é vã, nossa vida é vã e não conseguimos responder o porquê precisamos de um salvador e porque Cristo morreu na cruz.

O culto a Deus foi estabelecido por Ele, não é invenção de homens, por isso para ser aceito o culto deve ser oferecido da maneira que Deus determinou. Não da maneira que homem julga ser bom ou certo, mas conforme está estabelecido na vontade revelada de Deus, isto é, na Bíblia.

2. Narrativa:

Adão e Eva pecaram, Deus estabelece o castigo para a desobediência, isto é a morte. Mas a graça se sobressai e Deus dá a promessa de redenção da semente da mulher (Eva) Gn 3:15 e garante a provisão para as necessidades do homem Gn 3:21.

A partir daí vemos o embate do bem e mal, da serpente (Satanás) com a descendência da mulher. Vemos o avanço da maldade sobre a terra, mas ao mesmo tempo Deus refreando o mal e separando para si um povo eleito, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus que caminha na vereda que agrada a Deus pela fé.

3. Argumentos

3.1. Deus coloca diante do homem dois caminhos (v.7)

V. 7 - “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.”

Aos olhos de Deus existem apenas dois caminhos para o homem, dois caminhos que a humanidade pode seguir.

À luz das escrituras temos:

O justo, o justificado por Cristo, o que é aceito por Deus, herdará o reino de Deus, o ímpio, o culpado de pecado, o não justificado, perecerá eternamente.

Caim e Abel exemplificaram isso. A oferta de Abel foi aceita, assim como o prórprio Abel. Já Caim, além da oferta rejeitada, também foi rejeitado por Deus.

Há dois caminhos e duas conseqüências:

Sl 1:6 “Pois o Senhor conhece o caminho dos justos,

 mas o caminho dos ímpios perecerá”

Talvez a sua vida religiosa atenda aos seus anseios e cobranças da sociedade, mas para agradar a Deus e viver a religião verdadeira você deve observar a Palavra de Deus, seus decretos, ordenanças e mandamentos.

Pv 16:25 “Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte”

3.2. Deus se agrada de homens com fé (V. 4)

V. 4 – “Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta.”

Abel foi aceito, agradou a Deus, por causa da sua fé.

Hb 11:4 “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala.”

Abel ofereceu sacrifício de sangue porque era pastor de ovelhas e Caim do fruto da terra, ambos eram plenamente aceitáveis por Deus. Muitos dizem que Caim foi rejeitado porque a oferta que ele levou a Deus não era uma oferta de sangue. Isto está errado, vemos isso em Levíticos:

Lv 2:1 “Quando alguma pessoa fizer oferta de manjares ao Senhor, a sua oferta será de flor de farinha; nela, deitará azeite e, sobre ela, porá incenso”.

Assim podemos afirmar que Caim foi rejeitado porque não tinha fé. Caim estava agindo baseado em religiosidade vã, achando que poderia oferecer qualquer coisa e de qualquer jeito a Deus que seria aceito.

É importante ressaltar que a fé que é aceita por Deus é aquela que Ele mesmo dá. Não é a fé natural, ou a fé em coisas vãs e falsa religião, mas a fé salvífica, a que o próprio Deus concede.

Ef 2:8 “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.”

O sacrifício, o culto, a conduta dos ímpios, o proceder daquele que vive na prática do pecado, do que não nasceu de novo, do não regenerado, não agrada em nada a Deus.

Is 1:10-14 “Ouvi a palavra do Senhor, vós, príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei do nosso Deus, vós, povo de Gomorra. ¹¹ De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? — diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. ¹² Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os meus átrios? ¹³ Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene. ¹⁴ As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. [me enchem de nojo; já estou cansado de suportá-los].”

O próprio Deus começa associando aqueles que prestavam culto a Ele à Sodoma e Gomorra, cidades que tinham sido alvo da ira e juízo de Deus pela iniqüidade.

E depois questiona: Vocês acham que o estar apenas estar na minha casa é suficiente?

Hb 11:6 “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”.

Façamos, com e pela fé, aquilo que a Palavra de Deus nos pede para agradarmos verdadeiramente a Deus.

3.3. Deus estabeleceu que o justo viverá pela fé(V.7a)

V. 7a - “Se procederes bem, não é certo que serás aceito?”

O que é proceder bem?

Hb 10:38 - “Todavia, o meu justo viverá pela fé”

Viverá! Viver pela fé em Deus e em Cristo é proceder bem, viver de maneira que agrada a Deus.

Duas formas de entender o viver pela fé:

1ª. Contraste com a morte eterna, a vida eterna, o futuro esperado para o que crê.

Jo 3:18 “Quem nele crê não é julgado o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”

O justo viverá pela fé, a fé que salva e justifica, estes viverão eternamente, não serão condenados nem passarão pela segunda morte que é o sofrimento eterno no inferno.

2ª. Viver esta vida conforme os preceitos de Deus e Sua Palavra

O crente verdadeiro persevera em fazer o bem. A perseverança não é a causa da salvação e sim a conseqüência, é o resultado. Você não é salvo porque luta e persevera. Você persevera porque foi salvo, você persevera porque Deus te deu o dom da fé, e o Espírito Santo de Deus lhe capacita e derrama graça abundante para que você não seja mais escravo do pecado.

Hb 10:38,39 - “Todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma.”

Assim conservamos nossa alma buscando fazer o bem, por causa de Jesus, para Ele e por meio dEle.

4. Conclusão

É importante ressaltar que só somos aceitos por causa de Jesus e seu sacrifício em nosso favor.

A salvação sempre foi pela promessa da vinda do Filho de Deus.

Abel foi justificado pela fé na promessa futura. Como Cristo, Abel o justo, foi assassinado por um ímpio. A justiça que clama da terra por Abel e por todos os santos, foi cumprida em Cristo, nosso Senhor, nossa esperança.

Se você crê, você é justificado pela fé na morte consumada em seu lugar há 2000 anos e no retorno de Jesus para restaurar a sua Igreja. Os crentes da Antiga Aliança e da Nova Aliança consumada no sangue derramado do cordeiro de Deus.

“Nesta vida há dois caminhos que podem ser seguidos pelo homem. Um é em sua presença pela fé e O agrada, o outro é centrado no homem e nos seus desejos, e é em tudo rejeitado por Deus.”

Saudações em Cristo,

Cláudio Maranhão